As ofertas para os sacerdotes e levitas
- Cláudio Santos
- 13 de mai. de 2024
- 13 min de leitura
Atualizado: 17 de mai. de 2024
Em Números 18, O SENHOR estava instruindo o seu povo Israel. Importante lembrar que sobre ofertas e dízimos foi uma ordenança nacional. Parte da Constituição Federal de Israel, uma Carta Magna dirigida a uma nação e não a uma religião.
Em seguida faz-se necessário uma boa leitura ao capítulo 14, do livro de Deuteronômio.
Mas, lembre-se, essa ordenança estava sendo dada ao povo de Israel, a uma nação e não à igreja, aos gentios ou judeus cristianizados ou a um grupo religioso, não sendo necessário copiar os rituais dados por Deus "exclusivamente" a um país.
SOBRE AS OFERTAS DO POVO DE ISRAEL - Números 18:
8 O Senhor acrescentou ainda as seguintes instruções: “Dei aos sacerdotes todas as dádivas que me foram trazidas pelo povo; todas estas ofertas a mim apresentadas, num gesto balanceado perante o altar, pertencem a ti e aos teus filhos; é uma lei para sempre. 9 As ofertas de cereais, as ofertas por causa do pecado, assim como as de culpa, são vossas, com exceção do que me é apresentado, queimando no altar; 10 isso deve ser comido só no lugar santíssimo e unicamente por homens.
11 Todos os outros presentes que me forem trazidos, com um gesto de apresentação cerimonial perante o altar, são para vocês, para os vossos filhos e filhas. Porque todos os membros das vossas famílias podem comer disso, a menos que alguém se encontre ritualmente impuro nessa ocasião.
12 Também são para vocês os primeiros frutos que o povo vier oferecer ao Senhor, o melhor do azeite, do vinho novo, do grão e de todas as outras colheitas. 13 As vossas famílias poderão comer disso, a não ser que se encontrem cerimonialmente impuros nessa altura.
14 Assim, tudo o que for dedicado ao Senhor será vosso, 15 incluindo os primogénitos dos casais do povo de Israel e ainda as primeiras crias dos animais. Todavia os primogénitos dos casais do povo de Israel, e também dos animais impuros, que não vos permito comer, desses nunca aceitarão os primeiros nascidos, esses serão redimidos. 16 Em vez deles, haverá um pagamento de 58 gramas de prata, que deverá ser trazido quando já tiverem um mês.
17 No entanto, os primeiros nascidos das vacas, das ovelhas ou das cabras não deverão ser resgatados, mas antes sacrificados ao Senhor. O seu sangue será aspergido sobre o altar e a gordura ardida como oferta queimada. É algo muito agradável ao Senhor. 18 A carne destes animais será vossa, incluindo o peito e a coxa direita, que são apresentados ao Senhor com um gesto de apresentação cerimonial em frente do altar. 19 Sim, dei-te todas estas ofertas de movimento, que o povo de Israel traz ao Senhor; são para ti, e para os teus, como alimento. Isto é uma aliança eterna selada com sal que o Senhor faz contigo e com os teus descendentes.”
20 O Senhor disse a Aarão: “Vocês, os sacerdotes, não possuirão qualquer propriedade, nem qualquer outro rendimento, porque eu sou tudo aquilo de que precisam.
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: Se a igreja de hoje desejasse mesmo seguir os mesmos ritos do ensino da lei sobre ofertas e o altar, assim deveria ser, segundo a teologia da substituição, ou seja, que a igreja supostamente substituiu a Israel. Mas, enfim, substitui ou não substituiu? Ou substituiu apenas algumas coisas que lhes seriam "convenientes"? Se considerarmos apenas isso, já seria o suficiente para não dar credibilidade ao ensino dessa tal doutrina da substituição.
É isso que iremos ver neste estudo, apenas grifando e negritando as palavras da própria Bíblia, comentando-as de forma simplista, fiel e verdadeira, sem viés partidário-religioso, ou seja, os comentários serão dados de acordo como era de fato a realidade da ordenança sobre dízimos e ofertas para o povo de Israel no tempo da lei e do velho modelo de serviço sacerdotal e levítico, e como é de fato a realidade da igreja hoje para que você, amigo leitor, possa, refletir sozinho, e formar a sua própria conclusão à luz da Bíblia inteira, a respeito de um assunto tão sensível, mas que exige a necessária desmitificação da tradição praticada nas igrejas brasileiras. As tradições não podem ser superiores às Escrituras e aos princípios bíblicos sobre qualquer assunto sobre o reino de Deus. Por isso se faz necessário crer somente na Bíblia como ela é, é dela que vem o esclarecimento verdadeiro e não da tradição.
SOBRE O DÍZIMO E O DÍZIMO DOS DÍZIMOS,
O DÍZIMO DOS LEVITAS - DEUTERONÔMIO 18:
21 Quanto à tribo de Levi, vossos familiares receberão em troca dos seus serviços na tenda do encontro, os dízimos de toda a terra de Israel. 22 E assim os israelitas não mais se aproximarão da tenda do encontro; pois se o fizerem cometerão pecado e morrerão. 23 Somente os levitas poderão exercer ali a sua atividade; tornar-se-ão também eles culpados, se não a cumprirem. Portanto, os levitas não possuirão quaisquer propriedades em Israel; isto é uma lei a vigorar permanentemente entre vós, 24 porque os dízimos do povo, oferecidos ao Senhor perante o altar, pertencer-lhes-ão; será isso a parte a que têm direito; é por essa razão que não necessitarão de ter a posse de qualquer propriedade.”
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: como visto, os levitas também recebiam o dízimo do povo e não somente os sacerdotes. Isso é diferente do praticado nas igrejas brasileiras. O que de fato é praticado? Os considerados levitas por substituição teológica, destes são cobrados o dízimo e não o direito sobre isso, contrariando o princípio bíblico. E não temos como pensar ou tentar dizer que isso era só no tempo da lei, pois isso se contradiz por si mesmo.
25 Disse o Senhor a Moisés: 26 “Diz aos levitas que deem ao Senhor a décima parte dos dízimos que recebem; esse dízimo dos dízimos deverá ser apresentado ao Senhor perante o altar. 27-29 O Senhor considerará isso como a vossa oferta dos primeiros frutos, das primeiras colheitas de cereais e de vinho que lhe fazem, como se tivessem as vossas próprias terras. Este dízimo será selecionado entre o que de melhor receberam dos dízimos do povo, pois é a porção do Senhor, e será dada a Aarão, o sacerdote.
30 Será considerada como se viesse de terras vossas, dos vossos próprios lagares.
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: O dízimo dos levitas, vinha dos dízimos do povo e era chamado de dízimo dos dízimos. Essa regra não é praticada pela igreja, mas porque não? Pra pensar não é mesmo?
31 Aarão, seus filhos e famílias podem comer isso nas suas casas ou onde desejarem, porque é a compensação que recebem pelo serviço executado na tenda do encontro. 32 Vocês, os levitas, não serão tidos por culpados ao aceitarem os dízimos se deles derem também o dízimo aos sacerdotes. Mas tenham cuidado em não tratar esses donativos sagrados do povo de Israel como coisas vulgares, porque se assim acontecer, morrerão.”
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: Os levitas deveriam entregar o dízimo aos sacerdotes, sem culpa de haver recebido isso do povo. Ninguém era necessitado. Se comparado aos dias de hoje, os músicos e diáconos (os levitas pela suposta substituição religiosa) não deveriam se sentir culpados ou constrangidos se recebessem dízimos. Mas, como nem sequer recebem, não há problemas na igreja que adota a teologia confusa da substituição de Israel no reino de Deus. Ah, e em Romanos 11, quando a gente lê que a igreja substituiu Israel apenas no contexto da evangelização, então, a parte de "substituição", sim, está claro para isso, mas apenas para o exercício de evangelização e não em outras coisas como os sacrifícios e o dízimo.
Se a igreja, de acordo com a "teologia da substituição", resolvesse executar as coisas exatamente como estão ordenadas e escritas sobre os dízimos e as ofertas, já que supostamente substituiu a Israel, todos os membros da igreja deveriam também receber os dízimos, uma vez que de acordo com a nova aliança, todos os cristãos são sacerdotes agora, mas isso não acontece. Não ocorre porque a própria teologia se contradiz e se confunde em si mesma. E tudo o que é confuso perde credibilidade.
E agora vamos meditar no livro de Deuteronômio, capítulo 14:
"O dízimo
22 Deverão dizimar todas as vossas colheitas de cada ano. 23 Tragam-nas para serem comidas perante o Senhor, vosso Deus, no lugar que há de escolher para ser o seu santuário; isto aplica-se aos dízimos tanto de cereias, como do vinho novo, do azeite, e mesmo às primeiras crias dos vossos rebanhos e ao gado em geral.
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: Segundo estamos vendo na Bíblia, o dízimo é anual e não mensal. E eles eram para a alimentação física das famílias e não somente dos sacerdotes (hoje chamados pela tradição evangélica de pastores ou de padres na tradição católica romana). Repense: Por quê o dízimo é mensal na igreja? Qual é o fundamento bíblico para ser mensal? Por quê o dízimo não é revertido em uma festa onde todos podem comer daquilo que dizimou?
Os dízimos têm por finalidade ensinar-vos a porem sempre o Senhor, vosso Deus, em primeiro lugar nas vossas vidas.
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: Como vimos, o principal objetivo do dízimo é ensinar a priorização ao Senhor. Não existe outro fundamento. O ensino sobre o dízimo deve ser: "O Senhor em primeiro lugar em suas vidas". Não devemos ensinar que a igreja é meliante (que rouba) e, sim que ela é adoradora, ou seja, que prioriza o relacionamento com Deus. Não é uma coerção, é uma gratidão.
24 Se o lugar que o Senhor, vosso Deus, escolher para o seu santuário for tão longe que não se torne viável levar esses dízimos até lá, 25 então poderão vender esses cereais ou esse gado e levar depois o dinheiro ao santuário do Senhor. 26 Quando lá chegarem com esse dinheiro, comprem um boi ou um cordeiro ou uma porção de vinho ou outra bebida forte, e comerão isso perante o Senhor, vosso Deus, alegrando-vos, vocês e as vossas famílias. 27 Não se esqueçam de partilhá-lo com os levitas na vossa comunidade, porque não receberam nenhuma propriedade, nem têm colheitas a fazer como vocês.
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: Sim, era permitido entregar o dízimo em dinheiro, em casos excepcionais, quando então, em vez de entregar o dízimo em animais e cereais, vendia-se para que a logística e a viagem fosse facilitada. O dízimo em dinheiro era somente para as situações de exceção. E vejamos que o dízimo não era entregue em urnas no templo, mas era consumido pelas famílias, através de uma grande festa, na qual envolvia os levitas, pois eles não tinham renda, nem produção, nem terras, nem outros bens materiais que lhes dessem autonomia financeira, como já vimos antes nestas passagens bíblicas. Sou um músico na igreja também, e particularmente nunca fui convidado para uma festa com os dízimos de nenhuma igreja que participei até hoje. Essa doutrina do dízimo na igreja de hoje é realmente confusa, mas no tempo bíblico do povo de Israel, tudo sempre esteve muito claro. O dízimo era oferecido a Deus de forma absolutamente ritualística, ou seja, de acordo com as regras da lei dada por Deus ao povo. Todos dizimavam anualmente e trianualmente, todos poduziam, todos tinham terras para a produção agrícola ou pecuarista (exceto os levitas, porém estes também dizimavam do dízimo dos dízimos).
28 De três em três anos deverão juntar o produto dos vossos dízimos para o armazenar na vossa cidade. 29 Deem-nos aos levitas que não receberam terra ou aos estrangeiros, às viúvas ou aos órfãos que habitam na mesma localidade, para que comam e possam ficar felizes; e então o Senhor, o vosso Deus, vos abençoará e ao vosso trabalho.
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: alguma dúvida ainda sobre o dízimo? Em Números vimos que é uma repartição entre os sacerdotes e as suas famílias, muita comida (festa com churrasco e vinhos fortes). Os levitas também recebem o dízimo do povo e em Deuteronômio vimos que o povo usurfrui do dízimo. Essa era uma prática anual ou trianual, nesse último caso, além dos levitas, outras classes de pessoas eram beneficiadas também: os estrangeiros, as viúvas e os órfãos. Eles, os mais carentes, não eram esquecidos de Deus, mas recebiam alimentação para saciar as suas necessidades.
Ninguém ficava para trás. Mas, na igreja brasileira, muitas pessoas ficam permanentemente necessitadas, ficam para trás, pois em nossas igrejas não se pratica o dízimo exatamente conforme está determinado por Deus não é verdade? Ao contrário disso, na grande maioria das pregações sobre o dízimo as pessoas são ensinadas e altamente doutrinadas a darem sob ameaças de caírem numa tal de maldição, que as atormenta dia e noite, privando-as do sono e da qualidade de vida, devido ao peso da culpa por não dizimar segundo a tradição religiosa evangélica, e por isso, por causa do medo e do pânico, como ocorre no mundo do ocultismo permanecem sempre necessitadas de tudo e, isso é dado pela falta de conhecimento e discernimento da Palavra de Deus.
Deus não age segundo o ocultismo, aonde se castiga o "cavalo", ou seja, o indivíduo que carrega o peso e que não cumpre a oferenda aliançada. Deus não é carrasco. Ele é generoso.
Muitos usam de uma teologia complexa para tentar "manipular" as Escrituras no afã de poder "cobrar" o dízimo, manobrando os textos da lei, seja por teimosia, seja por falta de entendimento, quando invocam um princípio abraâmico quando este, antes de haver lei, dizimou a Melquisedeque, Rei de Salém, em Gênisis 14:20, mas essa teologia também cai por terra, quando descobrimos que não há princípio espiritual porque Melquisedeque não cobrou nada de Abraão. E não havia lei para Abraão seguir, por isso o fez de forma costumeira, ou seja, de acordo com uma prática não ordenada (ainda) por Deus
Abrão lhe entregou o dízimo "espontaneamente", o que significa que em primeiro lugar, se foi voluntário, soa como "oferta", apesar do cálculo que ele fez nessa doação. Não houve uma "obrigação" ou uma "ordenação" divina. Em segunda lugar, não podemos classificar isso como um "princípio espiritual", pois não haveria nem bênção, nem maldição caso Abraão não entregasse o dízimo, pois Melquisedeque abençoou Abraão, antes de receber qualquer coisa material. Melquisedeque abençoou "espontaneamente" a Abrão, independente do dízimo. E, portanto, caso Abraão não tivesse entregue nada, nada lhe aconteceria, nem de bem, nem de mal. Não houve uma condição, não é um princípio. Porém, sobre o "princípio", isso nós iremos encontrar na lei, e também no evangelho, quando mais na frente veremos o que o apóstolo Paulo ensinou à igreja em Corinto.
Então, sobre o dízimo que Abraão ofertou, não foi dado por uma alegação de princípio, mas, no mínimo podemos ver um gesto de provável troca de gentilezas da época, uma vez que não vemos Deus orientando Abraão a entregar o dízimo a Melquisedeque.
Concluindo, não há fundamento em Gênesis para afirmar biblicamente que foi uma "ordenança" de Deus a Abraão ou mais na frente, como também fez Jacó (Gênesis 28:21). Não era um princípio, nem uma ordenança, talvez apenas um costume visto que não temos como afirmar que Deus falou isso a Abraaão ou a Jacó. Não há registro dessa ordem de Deus na Bíblia. Portanto, sem fundamento bíblico não tem como essa teologia se sustentar.
O que diz o evangelho sobre o dízimo
Muitos usam equivocadamente o trecho de Mateus 23:23 para tentar validar a doutrina do "dízimo cristão", mas não convence por falta de discernimento do contexto daquele diálogo. Ali, Jesus estava falando sobre o dízimo, mas se dirigindo aos fariseus, portanto Ele se referia a Números e Deuteronômio. Os fariseus viviam debaixo da lei mosaica.
Portanto, Jesus não estava se dirigindo aos cristãos, e, sim aos judeus (os fariseus):
"Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas."
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: Mestres da lei (fariseus) - Vocês (fariseus) devem praticar o dízimo.
O Apóstolo Paulo deixou tudo bem esclarecido. Não há dízimo como um rito ser praticado pela igreja. A igreja primitiva não praticou a lei do dízimo à nação de Israel. Não há registro bíblico, nem histórico sobre essa prática. Porém, Paulo explicou sobre a "generosidade" e a "espontaneidade" do princípio espiritual de ofertar:
2 Corintios 9
Na verdade, não preciso de escrever-vos acerca desta oferta para os crentes em Jerusalém. 2 Bem sei como estão prontos a ajudar e foi com grande satisfação que disse aos crentes na Macedónia que desde o ano passado, os da Acaia, estão prontos a enviar uma oferta. E o vosso entusiasmo tem estimulado muitos outros. 3 Mas envio estes irmãos, tal como disse, para que se tenha a certeza daquilo que afirmei a vosso respeito, que estão prontos e com a coleta feita. 4 Seria grande a nossa deceção, e vossa também certamente, se alguns destes irmãos macedónios viessem comigo e verificassem que, afinal, nada tinham preparado, depois de tudo o que eu lhes disse. 5 Por isso, achei necessário que estes três irmãos fossem à minha frente e tudo preparassem, de forma a estar já em mãos a contribuição que prometeram, a fim de que se veja que é uma oferta voluntária e não forçada.
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: se a ação é "voluntária", não existe lei, nem regras, é então, o ato é espontâneo.
Semear generosamente, eis o princípio espiritual, dito em Romanos 9:
6 Lembrem-se disto: o que semeia pouco, pouco também ceifará; o que semeia em abundância, em abundância também ceifará. 7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração. Não como uma obrigação, porque Deus ama quem dá com alegria. 8 Deus pode bem abençoar-vos de tal maneira que tendo sempre, aquilo que vos é preciso, possam ainda ajudar generosamente os outros. 9 É como dizem as Escrituras:
“Repartiu liberalmente os seus bens com os necessitados. A justiça que ele praticou terá efeitos que nunca mais passarão.”[a]
10 Porque Deus, que dá a semente para o lavrador plantar, e depois o fruto para se alimentar, também vos dará os meios para que a vossa sementeira se multiplique em frutos de justiça.
11 Sim, Deus vos dará muito para que possam dar muito, para que pela vossa liberalidade, posta em ação por nosso intermédio, sejam dados louvores de gratidão a Deus. 12 São assim dois os bons resultados da vossa generosidade: contribuir para a satisfação das necessidades dos crentes em Jerusalém e suscitar louvores a Deus. 13 Vocês darão glória a Deus através das vossas ofertas generosas. Porque a vossa generosidade para com eles prova que obedecem ao evangelho de Cristo. 14 E eles orarão por vocês com profunda afeição, por causa da graça maravilhosa de Deus mostrada por vosso intermédio.
NOTA PARA REFLEXÃO E APROFUNDAMENTO: Como identificar na Palavra de Deus a característica de um princípio bíblico espiritual? O que se deve compreender é se o trecho tem uma regra, ou seja, uma lei espiritual como "se assim procederes, assim será". É como a lei da gravidade: se você segurar o peso em sua mão, este não cairá em solo, mas se você o largar este cairá em solo. Em outras palavras, isso funciona na física. Então, o princípio da oferta funciona no reino espiritual.
No verso 6, logo descobrimos um princípio, ou seja, funciona mesmo, ou seja, pode ser bom ou pode ser ruim, depende de nossa ação. Isso é um princípio. Mas, aqui, nesta pregação de Paulo, não é nada sobre o dízimo, porém, lá em Números e Deuteronômio a oferta (e o dízimo também) o princípio funcionava também, ainda que fosse um regra de lei, ou seja, uma obrigação.
No ensino de Paulo, não há uma "obrigação", mas o princípio espiritual permanece. Vejam também, que Deus jamais se esqueceu "dos necessitados", mas nós, a igreja brasileira, muitas vezes, facilmente, esquecemos. Aliás, quase sempre nem lembramos destes carentes nas ruas e em outros lugares fora do convívio de nossas comunidades cristãs.
Que pena não observarmos as Escrituras porque a tradição religiosa causa cegueira espiritual para que as Escrituras não sejam bem enxergadas. Não dá tempo de estudar para praticar corretamente as coisas?... Para pensarmos!
E, por fim, quando o Apóstolo fala de "ofertas generosas", isso é muito superior ao tão pequeno 10% (doutrina passada, mas tão idolatrada, e teimosamente praticada de forma confusa e equivocadamente cobrada nas igrejas).
Bem, espero haver esclarecido as suas dúvidas apenas com os grifos, daquilo que já está escrito desde os hebreus.
Até a próxima.
A Escola do Reino
"Só Evangelho"
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