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O Culto Técnico, a cultura da fé copiada e colada

Atualizado: 5 de mai.

O Culto Técnico, a cultura da fé copiada e colada


Você já percebeu que os cultos evangélicos se tornaram todos iguais, assim como os modelos estruturais das igrejas também. Tudo igual e nada pode ser diferente? A verdade, porém, é que todo culto técnico tem o controle humano, todo culto espiritual tem o controle do Espírito Santo.


O tema é sensível, mas é verdadeiro!

Boa leitura!


Algumas vezes nos lembram aquela cultura do marketing comercial aonde existem as franquias como as grandes lojas de hamburguers, as mais famosas, tudo tecnicamente iguais. Os atendentes roboticamente falam a mesma coisa pra você e o atendimento nunca é personalizado, existe um critério técnico para falar, ouvir, atender, comprar e vender. De repente, alguém num Drive Thru lhe faz uma pergunta, você responde e não existe mais nada além daquilo. Nem que você tente fugir um pouco do ritual controlado pelo ser humano, você precisa seguir o rito igual em qualquer lugar do mundo nessas franquias. Tudo é elevadamente técnico.

Quando entro numa igreja técnica, me vejo a pensar numa dessas hamburguerias da vida! Culto técnico.


Mas, o que seria um culto técnico? É parte de um sistema religioso com o emprego de técnicas viciadas para reunir a igreja como forma de mimetizar a bolha gospel cultural e ritualística da tradição, uma mesmice amodernizada. Músicas técnicas, nada pode ser natural ou espontâneo, deve seguir o rito técnico apenas. Até remonta os ritos cívicos em cerimônias públicas, aonde a banda toca somente o que está na pauta, ninguém pode se soltar e orar ou fazer algo espiritual como um ato livre, aliás é como uma cerimônia cívica tocada por músicos militares e prestada por alguns civis, dirigidas a alguma autoridade, e que tentam esboçar algo diferente, sem muita força por conta da severidade e da burocracia do rito. Louvor técnico, adoração técnica, copiada e colada dos movimentos gospels da atualidade.


Doutra sorte, o louvor precisa ser tecnicamente comparado a um show, afinal a banda vai se apresentar, é necessário ter a preocupação com isso, com o ser visto. Além dos cultos cívicos na tradição religiosa nostálgica, existem também os cultos megashows que se apresentam a si mesmos, uma vez que a palavra "show" significa, "me vejam". E isso representa um grande perigo para a igreja, pois isso vem sendo comparado a "avivamento", porém, não espelha o que vemos nos evangelhos. Para que a igreja retorne ao evangelho bíblico, deve-se passar por um doloroso processo, o processo de reevangelização. Em minha longa jornada missionária já vi igrejas lotadas, ficarem vazias nesse processo de cura! Certa vez, preguei sobre o reino numa igreja famosa com sede no Rio de Janeiro, e dias depois o pastor me disse que ele tentou seguir nesse ritmo, mas os diáconos (os mais ricos) ameaçaram sair da igreja com as suas famílias, e, assim, o pastor voltou a pregar as heresias que lhes davam conforto: a heresia da prosperidade, um tema que não é evangelho, mas que preenche o ego de muitos congregados desviados dentro da igreja. Infelizmente, o pastor deu ouvidos a estes, com medo de perder o dízimo amaldiçoado destes. Aliás, o pastor nem sabia que o dízimo judaico não foi determinado à igreja, como já vimos claramente aqui em outros estudos bíblicos ricamente fundamentados.


Quando olhamos para os cultos registrados na Bíblia, sobretudo na igreja primitiva, quando o culto se tornou livre, quase nada vemos de preocupação da igreja de atos com a música ou o louvor o megashow técnico. Jesus não se preocupou com nada técnico, aliás, ele nunca estabeleceu um padrão fechado em suas ações e ensinos, mas preparou os seus apóstolos para sairem dos casulos técnicos, afim de disseminar o evangelho.


Mas, por que desejamos tanto ficar dentro dos mosteiros trancados e cantando frases sobre o EU e repetidamente como mantras, sem ao menos observamos a intenção de Jesus e do Espírito Santo quanto às pessoas sem Cristo lá fora?

Precisamos refletir por qual motivo a igreja de nosso tempo hipervaloriza a música, o louvor técnico emocionalizado e de modelo não próprio, mas copiado e colado da cultura e "tendência" religiosa e mercadológica, algo que Jesus nem se dedicou a fazer ou a ensinar?

Existe, porém, um modelo de louvor na história da igreja de atos, e isso está registrado em Atos 16:16, referência bem fácil de se lembrar:


"...  A multidão ajuntou-se contra Paulo e Silas, e os magistrados ordenaram que se lhes tirassem as roupas e fossem açoitados. 23 Depois de serem severamente açoitados, foram lançados na prisão. O carcereiro recebeu instrução para vigiá-los com cuidado. 24 Tendo recebido tais ordens, ele os lançou no cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco.

25 Por volta da meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus; os outros presos os ouviam. 26 De repente, houve um terremoto tão violento que os alicerces da prisão foram abalados. Imediatamente todas as portas se abriram, e as correntes de todos se soltaram. 27 O carcereiro acordou e, vendo abertas as portas da prisão, desembainhou sua espada para se matar, porque pensava que os presos tivessem fugido. 28 Mas Paulo gritou: “Não faça isso! Estamos todos aqui!”

29 O carcereiro pediu luz, entrou correndo e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. 30 Então levou-os para fora e perguntou: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?”

31 Eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa”. 32 E pregaram a palavra de Deus, a ele e a todos os de sua casa. 33 Naquela mesma hora da noite o carcereiro lavou as feridas deles; em seguida, ele e todos os seus foram batizados. 34 Então os levou para a sua casa, serviu-lhes uma refeição e com todos os de sua casa alegrou-se muito por haver crido em Deus."


Eu grifei a parte mais interessante do louvor ali registrado de forma a destacar que quando a igreja primitiva orava e cantava algo sobrenatural acontecia. Não era nada técnico para passar o tempo, era espiritual para transformar vidas e o ambiente inteiro ao redor.

Certamente que Paulo e Silas não estava copiando e colando nenhum método cívico ou religioso de alguma onda cívica ou monástica. Não lhes era necessário cumprir o rito, nem sectarizar uma banda musical empoderando-a tecnicamente e isolando da igreja com roupas de santidade presunçosa e superiora acima dos demais fiéis. Não existe essa doutrina da música no evangelho, aonde alguns compositores e cantores dizem claramente em suas letras não espirituais que se orgulham de estar no palco e, num espírito de competição ou vingança desmoralizam quem está na "platéia" para vê-los cantando a "sua vitória", como se essa pseudoconquista fosse espiritualmente relevante para Deus e para o reino!


Mas, quando nos voltamos para o Evangelho, as doutrinas carnais caem por terra! Quando a igreja cantava era uníssona, todos eram sobrenaturalmente impactados, o ambiente espiritual se movia, a terra tremia, as almas se convertiam ao evangelho e a igreja crescia no comando do Maestro Espírito Santo, o maior ministro de louvor da igreja primitiva. Havia alí restauração, unidade, restauração de laços na igreja:


Efésios 5:19, nos apresenta


"Falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, e cotidianamente dando graças por tudo a Deus, o Pai, em o Nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 21sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo."


Paulo ensinou a igreja a cantarem em unidade de espírito. Não existe banda de louvor na igreja e nem existe ministros de louvor e adoração na igreja. No evangelho a gente vê a igreja focada no propósito de ir pessoalmente ensinar aos povos e abraçá-los com o amor de Jesus, se interessando por eles e tendo compaixão deles, lhes apresentando as Boas Novas de Salvação. Reflita: o que vc está apresentando às pessoas ao seu redor, uma estrutura de alta tecnologia, a sua carreira, uma música carregada de justiça própria, romantismo, carência emocional, baixo autoestima em Jesus e depressão a qual é chamada de adoração ou um gesto de amor e compaixão?


Alguns líderes evangélicos, no afã de defenderem os seus desvios doutrinários acerca do evangelho, costumam alegar que a igreja de hoje não é a igreja primitiva. Eu até concordo do ponto de vista dos usos e costumes, mas o próprio evangelho discorda do ponto de vista da referência espiritual da igreja primitiva. Ela é a nossa referência espiritual até que Jesus venha. E, sim, os apóstolos criticavam os desvios da igreja primitiva também.


Nos cultos técnicos, a gente ouve pregações técnicas, robustecidas de aparente eloquência, homilia, hexegese, hermenêutica, e um monte de teologia que foi criada para louvar o pregador, o que nos faz lembrar dos puritanos fariseus. As pregações técnicas costumam exaltar a metodologia dos seminários das igrejas e a louvar a bandeira denominacional em nítida campanha mercadológica e numa competição teológica brilhante, recebendo todos os aplausos do povo em tietagem cega e sem precedentes, contagiados pelo carisma do ator da pregação. Tudo muito contagiante e sedutor aos olhos do povo, e ao mesmo tempo desviando-os da fé no evangelho.


Mas, quando nos voltamos para o evangelho, vejamos o que pode nos edificar sobre isso:


"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo." (Filipenses 2:3).


Aqui, vemos Paulo se dedicando a orientar os irmãos filipenses a não caírem na mesma armadilha vaidosa que a igreja de hoje caiu!

A vaidade da igreja precisa cair para que Cristo cresça. Que Ele apareça!


O seminário de Jesus foi: amem a Deus e ao seu próximo. Teologias sem amor, nenhuma delas tem valor, conforme dito em 1 Coríntios 13. Nos movimentos que Jesus e os apóstolos fizeram, não havia paredes, não havia telhado, não havia mosteiros, não havia muros, não havia bandeira, não havia propaganda comercial da igreja, não havia vaidades. Eles não estavam preocupados com a técnica por causa das redes sociais, ou seja, as suas reputações.

Eles estavam semeando o evangelho e não estavam preocupados com música ou com pregações técnicas. Eles estavam preocupados apenas com uma coisa: o amor. Os fariseus estavam em guerra com eles, mas eles estavam em paz com todos e com o Espírito Santo.


Jesus e os apóstolos eram fora da bolha religiosa e isso não significou que eles eram desigrejados ou desviados ou feridos. Eles eram convictos de suas jornadas de fé. Eles não congregaram com os fariseus cheios de técnicas cerimoniais e nem se dobraram à Roma e nem por isso pecaram.


Eles eram considerados "esquisitos", mas eles eram esquisitos apenas para o mundo religioso e para o mundo político. Esses esquisitos foram reconhecidos pelo Pai. Eles foram poucos discípulos, uma minoria que mudou a história, através do poder que neles havia, o evangelho. Os seus irmãos judeus nãos os entendiam, eles eram fora da rota da maioria, mas a história provou que eles estavam seguindo a trilha correta.


"Quando seguimos a tendência de mercado ou de cultura, nos perdemos. Quando seguimos as tendências do Espírito Santo, nos reencontramos com a vida de Deus e com o seu propósito na terra".

A igreja primitiva não se perdeu com as propostas de markentig de suas bandeiras. Elas foram edificadas pelos dons apostólicos, ou seja, edificadas pelos verdadeiros apóstolos da fé em Cristo e no seu reino. Os 12 homens mais esquisitos daquele tempo.


Quando eles louvavam não era nada técnico, preocupados com o instagram deles ou com o youtube da igreja para exibir o seu culto. Exibir culto? Essa preocupação não encontra respaldo no evangelho.


O evangelho que os apóstolos viveram e ensinaram foi diferente, foi o evangelho da Bíblia. Então, quando eles louvavam era um louvor sem preocupação com a promoção pessoal, sem ostentação ou presunção espiritual, ou com a reputação pessoal ou da igreja, nem com a necessidade de receber tietagem, nem bajulação, nada show!


O louvor da igreja de atos foi profundo e verdadeiro. O chão tremia, o céu se abria, o ambiente era transformado e as pessoas mudavam os seus destinos, e o Pai era glorificado e o seu poder aperfeiçoado nas fraquezas dos apóstolos!


Reflexão: E o seu louvor e da sua igreja, como tem sido? Tem como referência o mesmo louvor que há no evangelho? Pra pensar né mesmo?


Que o Espírito Santo cresça e que o culto vaidoso, e que a reputação do grife da igreja diminua.


Se você está se achando esquisito quem nem os apóstolos, então, seja bem vindo ao evangelho do evangelho! Você está no caminho certo, mesmo que a maioria não esteja.

Tecnicamente os apóstolos da Bíblia eram errados, espiritualmente, não.


Até a próxima!

Cláudio Santos


 
 
 

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