As Duas Testemunhas - Série #777
- Cláudio Santos
- 9 de jan. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 23 de abr. de 2024
Série #777
Em meio à tribulação daqueles dias, ou seja, após 1.260 dias, logo após a apostasia, serão enviadas para Jerusalém Duas Testemunhas, que serão como os profetas na terra, anunciando arrependimento ao povo judeu. Alguns estudiosos dizem acreditar que será um tempo em que não haverá mais profetas na terra porque a igreja já haverá sido abduzida pelo Messias (Mt 24 e 2 Tess 2:9).
Outros teólogos acreditam que a igreja ainda estará aqui, profetizando juntamente com as duas testemunhas, elas em Jerusalém, e a igreja em várias partes do mundo.
Esse último grupo de estudiosos, que é o que eu também pessoalmente faço parte, mas não sou o dono da verdade, acredita que o homem da iniquidade e a apostasia ocorrerá somente após o arrebatamento da igreja.
Eu, particularmente creio também, mas que não sou o dono da verdade, que a revelação do iníquo, citado por Paulo em 2 Tess 2:9, ocorrerá apenas após a morte daquilo que ainda o detém, ou seja, além do arrebatamento da igreja, morte das Duas Testemunhas e não a igreja apenas, pois segundo as profecias de João em apocalipse, as duas testemunhas não poderão ser derrotadas por nada, a não ser pelo próprio profanador do templo, o homem da iniquidade, logo que o mesmo ressuscitar de uma ferida mortal que lhe dará forças para vencê-las e matá-las (Apoc 11:7).
De acordo com essa linha do tempo profético, o arrebatamento ocorrerá previamente ao tempo em que surgem as duas testemunhas, porém, num lapso temporal bem aproximado entre os dois eventos. Eu prefiro observar nas Escrituras que não haveria mais espaço para a igreja nesse tempo, pois não faria sentido o envio de dois seres espirituais e com poderes sobrenaturais à terra e mais outros anjos evangelistas para "ajudar" a igreja na terra nesse tempo tão surreal para os seres humanos e para o planeta (Apoc. 14:6). Eu acredito que o que detém a revelação do iníquo e a sua profanação do templo judaico, citado em 2Tes2:9, seja isso, a presença das duas testemunhas ali em Jerusalém.
Existe também uma outra corrente teológica, a mais tradicional, a qual acredita que as duas testemunhas representam alegoricamente a igreja, mas essa teoria não se sustenta, uma vez que a igreja não tem os mesmos poderes que estas duas figuras proféticas. A igreja não pode transformar água em sangue, lançar pragas, matar os inimigos e até de fechar o céu (Apoc. 11:6).
Vejamos como foi descrito esse tempo de Apocalipse 11:
"Levante-se, tire as medidas do Templo de Deus e do altar e conte as pessoas que estão adorando no Templo. 2 Porém não tire as medidas do pátio exterior do Templo, pois esse pátio foi dado aos pagãos, que pisarão a Cidade Santa durante quarenta e dois meses. 3 Eu enviarei as minhas duas testemunhas, vestidas com roupa feita de pano grosseiro, e elas anunciarão a mensagem de Deus durante mil duzentos e sessenta dias.
As duas testemunhas são as duas oliveiras e os dois candelabros que estão em pé diante do Senhor do mundo inteiro. 5 Se os seus inimigos tentam maltratá-las, sai fogo da boca dessas duas testemunhas e acaba com eles. Assim, quem quiser maltratá-las precisa ser morto. 6 Elas têm autoridade para fechar o céu a fim de que não chova durante o tempo em que anunciam a mensagem de Deus. Têm autoridade também sobre as águas para que virem sangue. Têm autoridade ainda para ferir a terra com todo tipo de pragas, quantas vezes quiserem.
7 Quando as duas testemunhas acabarem de anunciar a sua mensagem, o monstro que vem do abismo lutará contra elas. Ele vencerá e as matará, 8 e os seus corpos ficarão na rua principal da grande cidade onde o Senhor delas foi crucificado. O nome simbólico daquela cidade é Sodoma ou Egito. 9 Durante três dias e meio, os povos de todas as nações, tribos, línguas e raças olharão para esses dois corpos e não deixarão que sejam sepultados. 10 Os povos da terra ficarão felizes com a morte dessas duas testemunhas. Vão comemorar e mandar presentes uns aos outros porque esses dois profetas trouxeram muito sofrimento para a humanidade. 11 Mas depois desses três dias e meio um sopro de vida veio de Deus e entrou neles, e eles se levantaram. E todas as pessoas que os viram ficaram com um medo terrível. 12 Aí os dois profetas ouviram uma voz forte, que vinha do céu e lhes dizia: — Subam aqui!
Enquanto os seus inimigos olhavam, os dois profetas subiram ao céu numa nuvem. 13 Naquele momento houve um violento terremoto. A décima parte da cidade foi destruída, e morreram sete mil pessoas. As outras ficaram com muito medo e louvaram a grandeza do Deus do céu".
Essas duas figuras proféticas representam o azeite da oliva (a oliveira) e também a luz da presença de Deus (o candelabro) não poderão ser incomodadas até que cumpram a sua missão especial, que é profetizar na terra santa por 1.260 dias para arrebanhar os demais judeus que compreenderão as profecias daquele tempo e que por isso não aceitarão a marca da besta, mas serão salvos da ira de Deus que virá em seguida, logo após os 1.260 dias, ou seja, 42 meses iniciais da tribulação, três anos e meio, a metade do tempo previsto para o fim.
Infelizmente, ainda assim, muitos estarão tão profundamente mergulhados nas narrativas das trevas que não darão ouvidos aos profetas e se entregarão ao novo deus autoproclamado, o "deus verdadeiro", mas que as profecias alertam como o enganador.
A comparação com a oliveira também, tem relação com as profecias de Zacarias 4:1-3. Nessa visão, o profeta Zacarias viu duas oliveiras junto do candelabro do templo, fornecendo o azeite para mantê-lo aceso. Quando Zacarias perguntou ao anjo o que a visão significava, ele lhe contou que as oliveiras representavam dois homens escolhidos para servir a Deus (Zacarias 4:12-14).
Não vejo fundamento bíblico para afirmar que os dois seres celestes em carne e osso em Jerusalém, serão Moisés e Elias ressuscitados, mas temos fortes indícios de elas profetizarão assim como eles profetizaram no tempo deles. Essa será uma forma de convencer o povo de Deus em Israel, uma vez que muitos farão a mesma comparação histórica e espiritual e, como Moisés e Elias representam dois grandes nomes proféticos para o povo de Israel, assim cremos que muitos desse povo remanescente não terão dúvidas das profecias que serão ditas pelas duas testemunhas ali, e assim crerão no Evangelho nesse período. É o que oramos, pois um dia, os enxertados (os gentios redimidos) e reenxertados (Israel), ou seja a igreja, a noiva, se unirá à ùnica Oliveira, Yeshua (Rm 11:25).
Até a próxima!
Claudio Santos
A Escola do Reino
"Só Evangelho"
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